Páginas

quarta-feira, 23 de março de 2011

Liz Taylor


VIDA E CARREIRA
Pode-se dizer, sem medo de exagero, que Elizabeth Taylor passou praticamente toda sua vida diante das câmeras. Nascida na Inglaterra, de pais americanos, ela começou a carreira em Hollywood aos 9 anos e, antes dos 30, já havia se tornado a primeira atriz da história a ganhar um milhão de dólares (por "Cleópatra"). Seus casamentos, divórcios coleção de joias e extravagâncias angariaram atenção comparável ou maior do que a dedicada a seus filmes. Uma das maiores estrelas da "Era Dourada de Hollywood" (entre os anos 10 e 60), Taylor conquistou uma legião de fãs com seu talento e beleza, e foi, a partir de meados dos anos 80, um dos nomes mais ativos a angariar funtos para pesquisas do vírus HIV.
Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em Londres, em 27 de fevereiro de 1932. Seu pai, Francis Lenn Taylor, era negociante de arte, e a mãe, Sara Viola Warmbrodt, ex-atriz, ambos de Arkansas (Kansas, EUA). Com o crescente clima de tensão na Europa que antecedeu a Segunda Guerra, a família decidiu em 1939 voltar para os Estados Unidos, e se instalou em Los Angeles
Impressionada com a beleza de Elizabeth, uma amiga da família, Andrea Barens, arranjou para ela uma entrevista na Universal Pictures, através de seu noivo, Cheeder Cowden, que era um dos diretores e acionista da empresa. O contrato durou menos de seis meses, mas rendeu à atriz-mirim seu primeiro filme, a comédia de erros "There's One Born Every Minute" (Harold Young, 1942).

A menina não ficou desempregada por muito tempo. Seu próximo trabalho, "Lassie e a Força do Coração" ("Lassie, Come Home", Fred Wilcox, 1943), primeiro da série sobre a cadela collie, garantiu a ela um contrato com duração e salário "de gente grande" com a Metro. "A Mocidade é Assim Mesmo" ("National Velvet", Clarence Brown, 1944), que trazia Mickey Rooney e Angela Lansbury no elenco, transformou Elizabeth numa estrela. O filme também marcaria a vida da atriz de uma maneira nefasta. Os problemas nas costas que por fim a deixariam numa cadeira de rodas aparentemente deveram-se a uma queda de cavalo durante essas filmagens. Sobre o fato de dois de seus primeiros grandes filmes terem tido animais como protagonistas, a atriz brincava, anos mais tarde, declarando: "alguns de meus melhores pares no cinema foram cachorros e cavalos".


Desde cedo, os caminhos de sua vida fora e dentro das telas se cruzavam. Duas semanas antes de gravar sua primeira cena de beijo em "Cynthia" ("Cynthia", Robert Leonard, 1947), a atriz conta que pediu a um amigo de seu irmão mais velho que a beijasse: "Eu morria de medo de ter meu primeiro beijo no cinema, antes de ser beijada na vida real", declarou em entrevista à TV americana nos anos 80, "isso teria sido uma humilhação".
 Ao final dos anos 40, Liz contava já em seu currículo com uma série de filmes de sucesso, e chegou a contracenar, aos 16 anos, com Carmen Miranda, em um dos últimos filmes da estrela brasilera, "O Príncipe Encantado" ("A Date with Judy", 1948). Sua despedida de papeis adolescentes foi em "Quatro Destinos" ("Little Women", 1949), refilmagem do clássico "As Quatro Irmãs" ("Little Women", 1933). E o primeiro papel adulto veio com o suspense "O Traidor" ("Conspirator", Victor Saville, 1949), no maior clima de Guerra Fria.



A VIDA IMITA A ARTE



Os anos 50 começaram com o enorme sucesso de "O Pai da Noiva" ("Father of the Bride", Vincent Minnelli, 1950), em que Liz era "filha" de Spencer Tracy. O sucesso da produção levou a uma continuação, "O Netinho do Papai" ("Father's Little Dividend", 1951). Casada no cinema, casou-se também na vida real, de branco, com véu e grinalda. Conrad "Nicky" Hilton, herdeiro da cadeia de hotéis Hilton (tio avô de Paris Hilton) foi o primeiro dos sete maridos que ainda estavam por vir. Mas a união durou apenas nove meses. "Foi um choque de realidade", declarou à rede americana "ABC", em 1997. "Eu era virgem, e, no começo, tudo era maravilhoso. Mas eu não sabia que ele bebia, e só descobri duas semanas depois de nos casarmos". Segundo a atriz, a partir daí, o marido demonstrou ser agressivo e abusivo, e ela virou "um saco de pancadas".



Seu próximo filme, "Um Lugar ao Sol" ("A Place in the Sun", George Stevens, 1951) foi considerado um clássico já no ano de seu lançamento e trouxe Liz em um dos melhores papéis de sua carreira. Anos mais tarde, a atriz declararia: "Foi a primeira vez em que eu realmente atuei. Antes, era só uma extensão de mim mesma". Durante as filmagens, conheceu Montgomery Clift, que se tornaria um de seus melhores amigos, até a morte do ator, em 1966. "Nós nos amávamos verdadeiramente, no mais puro e completo sentido dessa palavra (amor)", dizia a atriz.

Entre 1952, Liz casou-se novamente, com o ator Michael Wilding, pai de seus dois filhos: Michael, nascido em 1953, e Christopher, nascido em 1955. A união durou até 1957.

Elizabeth chegou ao final da década com uma série de indicações ao Oscar de melhor atriz, pelas atuações dramáticas de "A Árvore da Vida" ("Raintree Conty", Edward Dmytryk, 1957),  "Gata em Teto de Zinco Quente" ("Cat on a Hot Tin Roof", Richard Brooks, 1958) e "De Repente, no Último Verão" ("Suddenly, Last Summer", Robert Mankiewicz, 1959). A estatueta, no entanto, só viria com "Disque Butterfield 8" ("Butterfield 8", Daniel Mann, 1959). E, se teria sido mais do que justo que ela levasse o prêmio por qualquer um dos filmes anteriores, o reconhecimento do último pareceu mais como um prêmio de consolação para a atriz, que havia acabado de se curar de uma pneumonia que quase a matara. Na cerimônia do Oscar, pode-se ver a cicatriz de uma traqueostomia de emergência em seu pescoço. "(O filme) era uma porcaria. Eu sei que ganhei o Oscar por causa traqueostomia", brincou a atriz, anos mais tarde em entrevista à apresentadora americana Barbara Walters

Em 1957, a atriz casou-se com o produtor de teatro de cinema Michael Todd, e teve uma filha, Elizabeth (Liza) com ele. O casamento durou pouco mais de um ano. Em março de 1958, Todd embarcou de Los Angeles para Nova York em seu avião particular, numa viagem de negócios. Liz, que deveria ir junto, ficou para trás, pois estava se recuperando de uma gripe. A aeronave se espatifou no Novo México e matou toda a tripulação. "Foi um desastre. Não sei como eu superei. Achei que eu nunca mais voltaria a gostar de alguém", confessou a atriz a Walters. Mas ela se recuperou e, um ano depois, já estava casada novamente, com o cantor e ator Eddie Fischer, melhor amigo de Todd.

Após longos anos de um abuso cultivado, em 1983, a atriz deu entrada pela primeira vez na clínica Betty Ford, para tratamento de dependência de remédios e álcool. "Eles não sabiam como me tratar", ela contou após o temporada, "pois eles nunca tinham tido uma celebridade internada". Cinco anos mais tarde, ela retornaria ao instituto para uma nova desintoxicação de remédios. Nessa ocasião, ela conheceu Larry Fortensky, que passava por um tratamento para alcoolismo. Faíscas voaram, e os dois ficaram juntos de 1991 e 1996.


A cerimônia de casamento aconteceu no rancho Neverland de Michael Jackson, um dos amigos mais próximos de Liz Taylor à época. Sobre sua amizade com o cantor, a atriz costumava dizer que se identificava muito com ele: "Éramos muito parecidos. Ambos tivemos infâncias horríveis".


Desde meados dos anos 80, sensibilizada pela morte do amigo Rock Hudson, de Aids, Elizabeth foi uma das primeiras artistas a falar sobre a doença e se tornou porta-voz de uma fundação de pesquisas sobre o HIV. Em 1991, ela fundou sua própria entidade, a Elizabeth Taylor Aids Foundation, para levantar fundos para custear pesquisas sobre o vírus.


A partir dessa época, suas participações em filmes foram rareando. Durante os anos 90, a atriz fez duas participações no seriado animado "Os Simpsons". No episódio "A Primeira Palavra de Lisa" ("Lisa's First Word"), da quarta temporada (exibido nos EUA em 1992), ela dá voz à bebê Maggie, geralmente muda, para dizer apenas "daddy" ("papai"). No episódio final dessa mesma temporada, "Krusty Gets Kancelled" (exibido nos EUA em 1993), a atriz faz uma nova participação, desta vez como ela mesma. Taylor apareceu também no episódio "Onde Estão as Pérolas" ("Where's the Pearls"), da terceira temporada do seriado "The Nanny" (exibido nos EUA em 1996).


Seu último filme foi a adaptação cinematográfica de "Os Flintstones" ("The Flintstones", Brian Levant, 1994), em que faz o papel da extravagente Pearl Shaghoople, mãe da personagem Wilma Flintstone (em "Os Flintstones em Viva Rock Vegas", de 2000, o papel foi dado a Joan Collins).


Em 2010, foi anunciado o projeto de um filme biográfico sobre a vida de Elizabeth Taylor e Richard Burton. Chegou a ser noticiado que as atrizes Angelina Jolie e Catherine Zeta-Jones estavam na disputa pelo papel de Taylor. Em julho do mesmo ano, no entanto, a atriz anunciou em seu twitter oficial (@DameElizabeth) que não havia autorizado o filme e decretou: "Ninguém pode ser Elizabeth Taylor, a não ser Elizabeth Taylor. Pelo menos não até eu morrer..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário