A Inditex, gigante espanhola da indústria da moda, informou nesta quarta-feira que vai redobrar a auditoria dos fornecedores que a Zara, uma das marcas controladas pelo grupo, tem no Brasil. A grife espanhola foi acusada de usar trabalho escravo após as investigações feitas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP).
Em comunicado, o grupo diz que "repudia absolutamente" as práticas do fornecedor acusado e que a Inditex, ao ser informada sobre a prática de terceirização não-autorizada, exigiu que a situação fosse regulzarizada imediatamente. "O fornecedor assumiu totalmente as compensações econômicas dos trabalhadores tal como estabelece a lei brasileira e o Código de Conduta Inditex", informa o grupo.
A Inditex diz ter 50 fornecedores fixos no Brasil, que, somados, têm mais de sete mil trabalhadores. Seu sistema de auditoria social, diz o comunicado, "permite garantir que as condições de trabalho na cadeia de produção no país – que fabrica milhões de peças por ano - apresentem um ótimo nível geral".
O resultado das investigações foi noticiado pela agência "Repórter Brasil" e na noite desta terça-feira pelo programa A Liga, da TV Bandeirantes. "Para a fiscalização trabalhista, não pairam dúvidas acerca do gerenciamento da produção por parte da Zara", diz a agência. "Entre os atos típicos de poder diretivo, os agentes ressaltaram ordens verbais, fiscalização, controle, e-mails solicitando correção e adequação das peças, controle de qualidade, reuniões de desenvolvimento e cobrança de prazos de entrega".
Leia abaixo a íntegra do comunicado da Inditex:
Com relação às informações sobre a terceirização não autorizada de oficina de costura, por parte de um fornecedor brasileiro da Inditex, em que foram encontrados dezesseis trabalhadores não regularizados, em uma ação que atenta contra seu Código de Conduta e a qual o Grupo Inditex repudia absolutamente, comunica que:
- Tal fato representa uma grave infração de acordo com o Código de Conduta para Fabricantes e Oficinas Externas da Inditex, assumido por este fabricante contratualmente. O Código de Conduta estabelece as normas e exigências que devem ser cumpridas de forma obrigatória por todos os fornecedores, diretos ou terceirizados, e defende a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores.
- Ao ter conhecimento dos fatos, a Inditex exigiu que o fornecedor responsável pela terceirização não autorizada regularizasse a situação imediatamente. O fornecedor assumiu totalmente as compensações econômicas dos trabalhadores tal como estabelece a lei brasileira e o Código de Conduta Inditex. Além disso, as condições de trabalho dos terceirizados estão sendo regularizadas de modo que possam ser equiparadas às instalações auditadas e aprovadas pelos auditores do Grupo Inditex. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) brasileiro, por sua vez, procedeu de modo a regularizar a situação dos trabalhadores.
- A Inditex, em parceria com o MTE do Brasil, vai reforçar a fiscalização do sistema de produção tanto deste fornecedor como de todos os outros no país, para garantir que casos como este não se repitam.
A Inditex possui, no Brasil, cerca de 50 fornecedores fixos, que somam mais de 7.000 trabalhadores. O sistema de auditoria social da Inditex permite garantir que as condições de trabalho na cadeia de produção no país – que fabrica milhões de peças por ano - apresentem um ótimo nível geral.A Inditex realiza anualmente mais de mil auditorias junto a (sic) fornecedores do mundo todo para garantir o cumprimento do seu Código de Conduta. Nos casos em que é identificada alguma violação do mesmo (sic), são implementados Planos de Ação Corretiva, que têm entre seus pilares a criação de plataformas de diálogo com todos os atores que intervêm na cadeia de fornecedores: sindicatos locais e internacionais, fabricantes, organizações empresariais, governos, ONGs, etc.
O Grupo Inditex agradece pelo desempenho do MTE brasileiro neste caso e pela sua disponibilidade em colaborar com a Inditex na promoção de melhores condições para a indústria têxtil no Brasil.
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