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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Raquel Zimmermann para YSL

O novo rosto da YSL.



Acessórios retrô

Que os acessórios fazem toda a diferença todas nos já sabemos, as vedetes da estação são aqueles com cara de vó, tiaras broches, peças simples mais que podem valorizar qualquer look,



As tiaras que durante muito tempo foram coisa de criança invadiram a penteadeira das jovens e adolescentes.



Os broches com estilo retrô meio pin up com lacinhos e cerejas também fazem sucesso.







terça-feira, 28 de junho de 2011

O Casamento de Kate Moss



Todos os detalhes do segundo casamento do ano no Reino Unido, o de Kate Moss com o roqueiro Jamie Hince, serão devidamente publicados na edição de setembro (a september issue, a mais importante do ano) da Vogue America, com direito a foto de capa. Quem comanda os cliques é o top fotógrafo e amigo da supermodelo britânica, Mario Testino.
Rumores dão conta de que Kate Moss usará vestido de noiva por John Galliano, mas nada ainda está oficialmente confirmado. Na lista de convidadas, estão celebridades como Jade Jagger, Sadie Frost e Meg Matthews. Após a cerimônia oficial, está prevista uma festa de arromba, bem ao estilo do casal. O casamento será no próximo fim de semana, 2 de julho, em Oxfordshire, Inglaterra

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Grife John Galliano tem novo diretor-criativo



Na manhã desta segunda-feira, 27 de junho, foi anunciado que Bill Gaytten, estilista que por 23 anos trabalhou ao lado de John Galliano na grife própria do excêntrico estlista britânico, assume a direção-criativa da marca. O cargo estava desocupado desde a demissão de Galliano, em 15 de abril, após mau-comportamento em público (ele proferiu palavras antissemitas a ao menos três pessoas em Paris, entre outubro de 2010 e fevereiro deste ano).
Gaytten já mostrou serviço com a coleção masculina de verão 2012, apresentada na Semana de Moda de Paris, na sexta-feira, 24, inspirada na Londres dos anos 60. Ao site  WWD, o estilista afirma que o trabalho é o mesmo, "sendo a única diferença o fato de John Galliano não estar lá".
No entanto, rumores dão conta de que a LVMH, grupo detentor da John Galliano, discute a possibilidade da volta do designer-problema ao posto de diretor criativo da marca. A colunista Cathy Horyn, do New York Times, afirmou em sua coluna que falou com um porta-voz do LVHM. O executivo, que prefere não se identificar, questiona se a imprensa de moda aceitaria a volta de Galliano, após os escândalos que culminaram na demissão do designer.
John Galliano está sendo julgado em Paris, acusado de antissemitismo. No dia 22 de junho ele admitiu ser viciado em remédios de dormir, atidepressivos e álcool, afirmando não se lembrar "direito" de ter xingado um casal em um café de Paris, no dia 24 de fevereiro. O julgamento foi suspenso e será retomado no dia 8 de setembro.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Julgamento de John Galliano



O estilista John Galliano enfrentou na tarde desta quarta-feira (22/6) seu julgamento, em Paris, após ter sido acusado por comportamento antissemita, insultando violentamente um casal em um café na capital francesa, em fevereiro.
De acordo com a imprensa internacional, que acompanhou o julgamento momento a momento, Galliano estava aparentemente tranquilo, de cabeça erguida, encarando "sem medo" o juiz. Em relação ao episódio que resultou no desligamento do designer da Dior e de sua grife própria, o estilista britânico, que confessou, durante um dos interrogatórios feitos pelo promotor, ser viciado em álcool e drogas, afirmou que "não se lembra muito bem de como as coisas ocorreram".
"Tenho três grandes vícios. Após o ocorrido, passei dois meses na rehab, nos Estados Unidos. Ainda estou em tratamento, desta vez na Suíça".Se acusado, John Galliano poderá pegar até seis meses de prisão, mais o pagamento de multa de 22.500 euros.
Apesar da "amnésia" declarada por John Galliano,  Geraldine Bloch, 35, uma das pessoas que foram verbalmente agredidas pelo estilista no dia 24 de fevereiro, confirmou à corte que foi chamada de "judia suja" na noite do ocorrido. "Não queria que as coisas virassem sensacionalismo na imprensa, mas não vi outra alternativa a não ser tornar a situação pública", declara.
O julgamento teve um recesso para almoço e, ao recomeçar, Galliano alegou estar desempregado
desde que foi demitido de sua própria grife, a John Galliano. Em seguida, a corte o acusou de "abuso de autoridade" contra um vendedor em um loja. O cidadão tentou expulsá-lo do estabelecimento e ele disse que faria uma ligação para o Sarkozy e para Carla Bruni. "Você desaparecerá", teria ameaçado o estilista. 

Julgamento suspenso 

Após advogados de acusação dos direitos humanos declararaem que o estilista está "abusando" da situação como parte de seu tratamento contra o vício em substâncias ilegais, o julgamento foi suspenso e remarcado para 8 de setembro.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Donatella Versace



A H&M continua com as parcerias "bombásticas", desta vez anunciando uma coleção-cápsula assinada pela grife italiana Versace. Grandes nomes da moda internacional, como Karl Lagerfeld, Lanvin e Stella McCartney, já colaboraram com a rede de fast fashion sueca, levando os fashionistas da moda da rua à loucura com as roupas grifadas vendidas à preços acessíveis, tornando as coleções verdadeiros objetos de desejo.

Donatella Versace (foto), diretora-criativa da maison italiana, já deu a dica de como será a coleção: ela apareceu vestindo uma das peças no desfile masculino da Versace na segunda-feira, 20 de junho. A imprensa internacional britânica anuncia que a coleção fará uma retrospectiva dos clássicos da grife, com muito couro, cores vivas e estampas variadas.

Serão roupas masculinas e femininas e ainda algumas peças para casa, que estarão à venda a partir de 17 de novembro em pelo menos 300 lojas da H&M pelo mundo e pela internet. Dnatella Versace também já teria preparado uma segunda coleção para a H&M, de pré-primavera 2012, que será mostrada apenas em janeiro do ano que vem. Veja o vídeo do anúncio oficial da nova coleção Versace para H&M:

terça-feira, 21 de junho de 2011

Miuccia Prada ativa o kitsch norte-americano em bela coleção





De Vivienne Westwood a Calvin Klein, de Missoni a Moncler Gamme Bleu, o domingo (19.06) foi esportivo em Milão. E Miuccia Prada iludiu todo mundo que chegava ao seu desfile, no showroom/escritório da marca na cidade, com entrada e cenário recobertos por grama sintética. Futebol na pauta?
Pois, que nada. Na contramão dos grandes desfiles do dia, a Prada foi ao subúrbio dos EUA, seus churrascos de fundo de quintal e respectivos clichês. E saiu de lá (de novo) com mais uma bela coleção, que (de novo) de tão kitsch se torna altamente desejável. 
Miuccia não se apegou, desta vez, a grandes esquisitices de silhuetas ou proporções. Os ternos (de dois botões ou abotoamento duplo) são corretos, as calças são secas, os cardigãs, absolutamente comerciais, e a camisaria, aparentemente padrão. O twist da vez fica por conta das estampas - padronagens degravataria, ilustrações setentinhas e megaflorais exagerados - e dos botões de pedras bordadas nas camisas e jaquetas. 
Os momentos mais bacanas são quando a italiana mistura tudo isso em uma combinação perigosa e divertidíssima - já que seu forte é ironia. Camisas e jaquetas ganham patch de materiais (conversando até com a coleção de Neil Barrett, apresentada no dia anterior), em couro, seda e alfaiataria. As mesmas pedras recobrem os mocassins de língua larga sobre o peito do pé - as botas de caubói, pretas e curtas e discretas, são de digestão mais fácil e devem sumir das lojas no final do ano. Outro hit: as jaquetas de recheio acolchoado.



Mais caro do mundo, vestido de Monroe é vendido por R$ 8,9 mi

Lembram daquele famoso vestido marfim pregueado que Marilyn Monroe usou na cena ícone de "O Pecado Mora ao Lado" (1955), bom se não viu o filme já deve ter visto pelo menos a cena, aquela em que o vestido levanta com o vento,então ele se tornou o mais caro do mundo ao ser vendido por US$ 5,6 milhões (R$ 8,9 milhões) em um leilão de figurinos de Hollywood no final de semana, excedendo de longe as estimativas. A atriz Debbie Reynolds, estrela de "Cantando na Chuva" e proprietária dos itens do leilão, havia comprado o traje originalmente por US$ 200.


Conhecido pela cena em que é soprado pelo vento da estação de metrô, o vestido talvez seja o mais lembrado da história do cinema. No filme de Billy Wilder, um trem de passagem sopra um vento pela grade na calçada, levantando o vestido de Monroe, enquanto ela diz: "Não é delicioso?".
A estimativa era de que a criação de William Travilla fosse vendida por um valor entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, a peça mais valiosa de um leilão em Beverly Hills com quase 600 trajes, vendidos no sábado por Debbie Reynolds.
O lance que arrematou o vestido de Monroe foi de US$ 4,6 milhões (R$ 7,34 mi). No entanto, o felizardo vencedor teve que pagar mais US$ 1 milhão de impostos, o que resultou no valor total da compra em US$ 5,6 milhões.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Balanço SPFW verão 2012 - dia 6

Pedro Lourenço, filho dos estilistas Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço, abriu o último dia da SPFW verão 2012, com apresentação da coleção Resort, apenas para a imprensa convidada. Peça a peça, a coleção foi explicada pelo designer, da escolha dos tecidos ao acabamento, bem à moda antiga. Sem desfile. Modelagem reta e geometria marcam esta coleção que é inspirada no tropicalismo brasileiro, com direito a saia de látex extraído por índios e que só podem ser produzidos nos tons café com leite, marrom e branco. A cartela de cores conta ainda com muito verde, amarelo e azul. Aves brasileiras destacam-se na estamparia,pintada a mão. Mas o grande trunfo de Pedro são os ímãs aplicados em alguns vestidos que, quando dobrados, revelam os detalhes internos. O approach com a imprensa não é só por essas bandas, não. Em outubro, Pedro avisa que apresentará a coleção aos jornalistas da França, nos mesmos moldes. Tá?!
A complexidade fashion do cantor britânico David Bowie inspirou o estilista João Pimenta, que mostrou coleção dandy e andrógina, neste que que é o verão da inversão de gêneros (na moda, claro). A alfaiataria é superampla, com calças largas, sobretudo que arrasta no chão (meio vitoriano), faixas na cintura (japonismo), mangas bufantes e flor gigante na lapela do smoking de tecido que brilha, com bordados de paetê. A partir de peças básicas, como a camisa de manga-longa branca, o estilista sugere looks suntuosos, com sobreposição de saias, babados e assimetrias estratégicas (meio Dracula, de época). Frente única masculina e legging de lantejoula sobre bermuda ampla confirmam a androginia do verão 2012, nesta coleção que revisita a gravata (bem curtinha) e os suspensórios, elementos típico do guarda-roupa masculino. A cartela de cores traz amarelo, preto, branco, azul royal, verde e rosa. Nos pés, clogs com calcanhar de fora, de couro. Em contraste a toda essa megalomania, bodies colados no corpo (com bordado de pardais, bem coloridos e pretos, de maxicanutilho), tipo segunda-pele, remetem aos anos 1980 de Bowie, em sua fase mais bizarra e incrível. Na trilha-sonora deliciosa, Rebel-Rebel, que traduz bem o tom transgressor da coleção.




Fernanda Yamamoto dá um susto fashion logo no início do desfile de verão 2012, com estamparia de Hello Kitty tão datada (embora distorcida, nesse caso), que fica difícil sair da categoria over (ultrapassada). No entanto, aos poucos, no desenrolar da coleção, o incrível trabalho dos emaranhados de linhas, bem finas, criando textura e estampa colorida abstrata, faz a gente esquecer do escorregão do início (que tem explicações financeiras, afinal nenhum estilista pode se dar ao luxo de abrir mão de uma parceria), em um trabalho cujo resultado é, no mínimo, intrigante. Formas arredondadas nos recortes das costas e decotes são recorrentes. O comprimento varia do midi ao curto, sem extravagâncias. Assimetria de barras e do maxicolete de alfaiataria dão movimento às peças leves e frescas.
É visível o esforço da Amapô de se enquadrar no padrão verão 2012: maxi, confortável, com pouco apelo sexy, apesar das transparências masculina e feminina estarem com tudo. Pitty Taliani e Carô Gold, estilistas da marca, investem no jeans bicolor (mais claro, quase branco e escuro), na alfaiataria ampla, desconstruída (o blazer masculino com estampa de poá e manga curta é um dos melhores), no mix xadrez-listras e peças esculturais, como o vestido curto de tela durinha, com gola gigante, vitoriana, que encerrou o desfile. O macacão saruel masculino, bege escuro, liso destaca-se como a peça minimalista da vez, bem diferente das grandiosidades e explosão de cores e estampas já conhecidas da Amapô. Tem calça de rica, afunilada na canela e com o cavalo bem baixo, vestido-cisne, com saia volumosa arredondada e vestido curto feito de camadas de retalhos coloridos, à moda boneca Emília. Se a silhueta feminina fica perdida na forma ampla da alfaiataria street, a masculina é bem marcada por fita-cadarço, usada sobre o paletó. Na cartela de cores, todas, ou quase todas, com destaque para o branco, o roxo, o vermelho, azul, verde, amarelo e preto. A Amapô traz ainda peças de tecido plastificado, como a saia longa com fendas e efeito quadriculado-pastilha, no vestido e no blazer. Maxilaços e sapatos transparentes, de plástico, são os acessórios da vez, nesta que é uma das coleções mais contidas da marca.
André Lima viabiliza novos caminhos para a moda festa feminina. Ainda bem! Neste desfile de verão 2012, o estilista coloca a calças de alfaiataria amplas e ao estilo odalisca no patamar de roupa de baile, ao lado de vestidos esvoaçantes, com fendas e outros ao estilo sobretudo (lindo o dupla-face, com forro cor-de-rosa). Mix de tecidos deixa a roupa extremamente sofisticada, com textura tripla, brilhante e opaca. Assimetria de mangas, saias, ombro único e tecidos tecnológicos são artifícios para essa moda festa revisitada, com acessórios de cabeça superelaborados, com pedras e arame. Bodies ultracavados valorizam cintura, ombros e vem bordados, sendo destaque a peça de paetê branco. A cauda tem formato quadrado, dando volume à saia reta até o pé, combinada com camisa branca de alfaiataria. Laços e baixas bordadas de lantejoulas fazem o duo romântico-chique que toda mulher adora, principalmente para um evento de gala. Nos pés, sapato com meia-pata interna, lisos e estampados e olho marcado com delineador à moda egípcia. Afinal, festa e carão têm tudo a ver.
E a Semana de Moda de São Paulo teve final à carioca, com direito a cenário de Pão de Açúcar e sósia de Noel Rosa, cantando ao vivo, acompanhado de músicos da Vila Isabel. Ronaldo Fraga simplesmente arrasou. A coleção, praticamente toda em preto e branco (salvo o nariz do pierrô-estampa, que é vermelho e as nuances furtacor do maxipaetê chapado de alguns looks), resgata a moda do marinheiro dos anos 1930, evoluindo para roupas transparentes superdelicadas, dignas de um resort de luxo, vintage. A alfaiataria valoriza a camisa branca, usada com hot pant e gravatinha náutica, blusas cavadas, como a de estampa de baralho e peças assimétricas, como o colete. Tem vestido longo plissado, em camadas, com estamparia digital, e outros bordados de canutilho preto brilhante, com listras e quadradinhos, sobre tecido transparente, de uma delicadeza impressionante. A calça ampla é bordada com brocado leve, usada sobre hot pant. O poá também aparece como estampa, sendo chapado e 3D, efeito conseguido com a aplicação de esferas médias e grandes na camisa de alfaiataria e saia na altura do joelho.
No clima da alegria, golas tipo palhaço, que não descaracterizam o look. Recortes geométricos e botões são detalhes que merecem atenção, simples e ao mesmo tempo fascinantes. O chapéu é duplo e divide a cena com casquetes em formato de instrumentos musicais. Os óculos escuros são ovais, bem discretos. Nos pés, Melissa Ultragirl por Ronaldo Fraga (será lançada em agosto), tipo uma sapatilha de plástico arredondada, usada com meia do vovó. Para encerrar, todo mundo é convidado para a passarela, com festa de confetes, MPB e aquele suspiro de alívio de mais uma temporada cumprida.

Balanço SPFW Verão 2012 - dia 5

A turma da moda deste penúltimo dia de SPFW verão 2012 mal quis saber das salas da Bienal. Dos sete desfiles desta sexta-feira (17), três deles ocorreram em lugares alternativos, fazendo os fashionistas pular cedo da cama e movimentar o corpinho (e o look do dia, sempre).
Alexandre Herchcovitch abriu o dia 5 com desfile de sua coleção masculina na loja MiCasa/Lado B, nos Jardins. Aos fashionistas involuntariamente tensos, já que o desfile feminino foi superclean, quase básico, o que não é "normal" em se tratando de Alexandre, o estilista paulistano mostrou coleção atemporal, com referências da caça e da pesca, em looks meio fantasia, como os casacos vermelhos, com maxibolsos, maxicolete de matelassê e os modelos de peruca de canecalon colorido. Imagens abstratas e um camuflado quase psicodélico fazem a estamparia discreta. A riqueza de detalhes como os bolsos enormes se destaca, em peças feitas de camurça, lã e náilon, com aspecto rústico. Legings são sobrepostas a bermudas amplas. Sapato à moda holandesa (sabe o tamancão de madeira?) é a proposta para os pés. Estampa de anzol na camiseta branca revela o pescador street, de butique. A cartela de cores é também influenciada pelo mundo selvagem dos pescadores e caçadores, com marinho, verdes, cáqui, rosa e vermelho (meio uniforme de bombeiro, se visto de longe).






No MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), a Neon apresentou o desfile de verão 2012, com coleção montanha-russa, daquelas que atingem o máximo e o mínimo em questão de segundos. Do vestido-kaftã com manga morcego mega-amplo, estampado, em rosa, roxo (meio lona de circo) e verde ao maiô tomara-que-caia preto, com recortes laterais, bem sequinho, a marca de Rita Comparato e Dudu Bertholini reafirma o já conhecido (e esperado) potencial do trabalho com cores e estampas. Desta vez, o color blocking (bloco de cores), em peças lisas, como a calça sequinha curta, bata ampla sem mangas e o macacão míni, compete com as estampas, que vão do geométrico em preto e branco (com ilusão de ótica, de profundida) ao étnico (o short curto de cintura alta e a camisa de manga-longa são lindos, com pegada masculina, bem comportados). O tradicional turbante Neon é substituído por lenços à moda noviça e cestos de vime que viram chapéus. Em meio a tanta informação, tem ainda espaço para a camisa branca que é vestido, básica, despretenciosa, usada com bolsa de lado redonda bem anos 1970. Muito bem, Neon, é sempre um prazer!
A Ellus não foi muito longe, apenas deslocou os fashionistas para o Auditório do Ibirapuera. Ao som ao vivo da banda da modelo Geanini Marques, a marca aposta na alfaiataria rock and roll, glamurosa e sem frescuras. Calça reta, sequinha, mais curta, na cor cáqui, é aposta para eles e para elas, combinada com regatas amplas e bem cavadas, camisa transparente masculina e boleros femininos. O cinto pula da cintura para a gola, produzindo e efeito de colar. O amarelo, uma das cores principais da cartela, tinge a calça degradê, sendo mais escuro nas extremidades. Também tem verde, azul, branco e preto. Tecido tencológico plastificado deixa a coleção moderna e depojada e o sexy aparece nas peças curtas de couro branco, com barrados metálicos, em prata. Óculos espelhados são usados com maxiclutch e luvas que deixam a ponta dos dedos de fora, ao estilo Karl Lagerfeld, de couro branco. Bem adequado.
A V.Rom traz coleção agressiva nesta temporada, equlibrada pela mistura de elementos da "moda masculina", como a transparência e os mix de estampas, tecidos e até babdinho leve, na camisa quadriculada. O trabalho lembra um patchwork, com barrados de calça e blazer tipo caleidoscópio e florais esvoaçantes. A marca faz alsão a Jesus Cristo, com modelo cabeludo, de barba, usando adereço na cabeça à moda "coroa de espinho", aqui de correntes prateadas, acessório da vez. A estampa digital vermelha na ponta das peças brancas, como o blazer desconstruído, parecem manchas de sangue. Aliás, alguns rapazes tinham a boca borrada de vermelho, como se tivessem acabado de levar uma surra (daquelas pra valer) no backstage, sem tempo de se recompor para entrar na passarela. Na cartela, branco, preto, azul-marinho, rosa, para e dourado bem brilhantes.Bermudas cargo são usadas com paletó, blazer cropped ecolete. A alfaiataria revisitada ganha as formas do streetwear, com ousadias como o avental tipo carrasco-açougueiro, preto, de tecido plastificado brilhante, de alça fina. Coturnos, sapatênis prateado e tênis de cano longo à moda lutador são os sapatos da vez, enfeitados com penduricalhos prateados. A camisa é praticamente uma t-shirt, vai com tudo, de colarinho abotoado. É linda a bermuda-saia dourada (igual a boina, charmosa) e o colete com maxigola, sem mangas, também metálico. Um misto de folk-hiponga-nômade-valentão-urbano, pra macho.
Fause Haten faz desfile-poesia, um pouco parado demais. De olhos vendados por máscara de dormir branca, as modelos foram conduzidas por ajudantes até a ponta da passarela, onde o estilista fazia ajustes de última hora, como amarrar o cadarço da bota-sandália com peep toe e salto anabela, branca. O modelo over knee (acima do joelho) também apareceu e apesar do apelo já manjado da peça, familiarizada com o universo do fetiche, nem de longe pareceu ao menos sexy na passarela da FH por Fause Haten. Ao som de música de porta-joia, com cavalos de madeira na passarela, a coleção é surreal, infanto-juvenil, fantasia. Longos de renda transparente com bordado brilhante tem jeito de roupa de fada, bem fina, daquelas que se bater um vento é melhor rezar para não voar. Saia assimétrica, sendo a parte da frente bem mais curta que a de trás revelam a bota oversize, que tem o "encanto" quebrado pela blusa esvoaçante com estampa de olhos, tipo pijama de criança. Formas amplas com maxibabados se revezam com a silhueta seca das peças mais ousadas (ou menos caricatas), com emaranhado de faixas finas que definem a silhueta, sobre tecido transparente. Além do branco, rosa, azul, amarelo e verde-bandeira dominam a cartela de cores. No fim, todas tiram as vendas dos olhos. Ainda bem, se os fashionistas que estavam de olhos bem abertos já haviam dado uma ou duas bocejadas, imagina quem estava no escurinho...
Moda-praia de rica é tão bonita na passarela, não é? A coleção de Adriana Degreas é um refresco dourado aos olhos, já quase esgotados com a proximidade do fim da temporada de verão 2012 em São Paulo. A estilista fez bom trabalho de lurex em biquíni cortinha, hot pant e vestidos frente-única, de costas nuas. Folhas douradas são broches colocados no ombro único do maiô liso, marrom, meio deusa-grega. Peças que confundem, como o maiô que parece ser biquíni (a parte de baixo "passa" pela parte de cima para formar a peça inteiriça) e maiô com ombreiras aparecem como alternativa ao beachwear tradicional. Print animal discreto divide a estamparia com geometria leve e apaches gigantes (o kaftã com estampa de índio é incrível) e folhas bem verdes. Do mundo indígena também vieram as penas (tipo cocar) bordadas na parte de cima de alguns biquínis, lindos. Ainda mais ousadas são as peças feitas de maxicanutilho preto, fosco, como um mosaico monocromático bem estruturado. O fio dental de cós baixo aparece neste que é o verão menos sexy (mas não menos interessante) dos últimos tempos. Maiô com manga longa ampla e as saídas de banho superesvoaçantes são para aquelas que vão passar o próximo verão no hotspot dos hotsopots, ultrassofisticados, de caimento impecável. Prepare o corpão e o cartão! Caso contrário, nada feito.
A top Carol Ribeiro, apresentadora do It MTV, abriu o desfile de Lino Villaventura, o último deste dia 5, de vestido branco e rosa, todo assimétrico, com franjas na barra. Na sequência, vestidos transparentes, de tecido amassado, plissado, bem finos, longos, parecem roupa-viva (e com personalidade forte). Leggings e short bem finos têm efeito "segunda-pele", bem sutil, delicado e natural.A mistura de tecidos é precisa, sem poluir visualmente o look, criando texturas e perspectivas. Nesse clima mulher-elfa, tiaras moles que imitam ramos caem sobre os olhos, em dourado. Lino também propõe modelos de vestidos rodados, com saia curta armada, babado na barra (usado com meia-calça arrastão) e vestido-sereia, plissado. Ótima a proposta dos suspensórios invertidos, para os rapazes e no look dandy-andrógino desfilado pelo modelo Andrej Pejic, a estela da noite. A coleção masculina vem forte na alfaiataria, com paletós, bermudas amplas, calça seguinha com zíper na barra e lavagens tie-dye. O colete texturizado é selvagem, como se fosse a pele de um animal predador, em contraste aos delicados bordados femininos, de ramos, alinhavados cuidadosamente sobre os vestidos rodados. Os sapatos são encapados de tafetá, com aplicações. Na cartela, cores terrosas, nude, metálicos, preto e branco. Uma coleção complexa, aproximada à realidade por meio de looks que no geral são clean, mas riquíssimos em detalhes e acabamento impecáveis se analisados separadamente.

Noel Rosa é tema de Ronaldo Fraga.


Ronaldo Fraga é especialista em pesquisas e em transformar ela em algo extrardinário cada desfile seu acaba se transformando em  aulas de moda. Sua inspiração  para o este spfw foi  Noel Rosa o que só aumentou as expectativas, no encerramento desta 31a edição do evento Ronaldo Fraga fez o que sabe de melhor: emocionou a platéia e ainda botou o povo da moda para brincar um Carnaval de antigamente, com editores, convidados e repórteres fazendo guerra de confete no meio da passarela.
O desfile começa com um sósia de Noel assumindo o microfone, para em seguida erguer as cortinas e revelar sambistas da Vila Isabel, que fariam a trilha ao vivo. Na passarela, Ronaldo se mostra firme e vestível como nunca. Os símbolos dos carnavais dos anos 30 estão todos lá, colombinas, pierrôs, em estampas ou na forma. Em preto e branco, as peças passeiam pelos macaquinhos e plissados. As transparências são sofisticadas, em saias com bordados. O perfil tão peculiar de Noel vira imagem em roupas de silhuetas mais ajustadas do que de costume. A hot pant tem babados, os vazados vêm em sobreposições, e os confetes ficam com a parte colorida, em maxipaetês. A pauta musical vira bordado em saias longas, o tule ganha bordados de roupa de colombina, em peças de uma sofisticação desprentensiosa, delicada. Ronaldo nunca foi tão possível na forma como neste verão 2012.
Para fechar, os sacos de confete dados aos convidados foram a senha para um dos encerramentos de desfile mais marcantes dos últimos anos. A platéia jogando confete nas modelos, no próprio Ronaldo quando passou para os aplausos,tudo é claro ao som de Noel Rosa.








sexta-feira, 17 de junho de 2011

Balanço SPFW verão 2012 - dia 4


Arrebatamento fashion número 2 da SPFW verão 2012: Maria Bonita (o número 1 foi Reinaldo Lourenço). A perfeição do delicado X rústico impressiona mais uma vez, em um daqueles desfiles que a gente sabe que vai adorar. Ausência de costuras nas peças folgadas, como o macacão off-white com barrados coloridos e bordados estratégicos e o vestido longo com faixas transparentes indiscritivelmente na medida confirmam a excelência da Maria Bonita na "arte" da roupa "como ela é", sem artifícios industriais. É lindo o maxiblazer que vira vestido e as peças com pequenos pedaços de pano sobrando, como se fossem dobraduras geométricas. A calça é curta na modelagem do verão 2012. O efeito "pastilha" sobre tecido aparece na Maria Bonita com formas da geometria, como o quadrado (míni) e o triângulo, que fechou o desfile com vestidão deslumbrante daqueles que merecem exposição rica em espaço cultural.
A estamparia sutil faz alusão ao ponto cruz, daqueles que só as avós-ricas eram expert, sendo a técnica escolhida a chamada tela de talagarça (fino!). Chapéus de aba assimétrica são o acessório da vez, ao lado dos óculos redondinhos à moda Joh Lenon. A boca ganha atenção principal na beleza, com batom azul, amarelo e furtacor (mais de um tom no lábio). Da cartela de cores básica, com muito branco e off-white, merece destaque o amarelo mostarda e o azul. As peças com estamparia vazada, como se fossem recortes, são lindas de morrer. O desfile, sob a trilha "Navegar é preciso", com acento português, faz a gente querer navegar muito, de preferência "a bordo" das roupas.
Paula Raia nem precisaria do SPFW para fazer o lançamento de sua marca própria. A estilista, que era sócia de Fernanda de Goeye na Raia de Goeye e agora está em carreira solo, mostrou basicamente uma  reedição do estilo Raia de Goeye, agora sem Goeye. As peças exibem cinturas baixas, e tecidos molengos, impondo movimento amplo ao andar e ao vestir. Muitos macaquinhos e macacões, uma série de vazados com pedacinhos ou pedações de pele à mostra, e o que não é descaradamente revelado, se exibe em transparências. A silhueta continua exigindo das clientes um corpinho de Paula Raia, que é alta, magra, elegante, e cria para suas pares, várias delas ali, presentes no jardim da casa da estilista (onde foi realizado o desfile), para aplaudir a amiga.
A Água de Coco propõe brincadeira com as formas em sua moda praia, com biquínis e maiôs assimétricos, com recortes geométricos. Na cartela, cores fortes e contrastantes, como verde, azul, pink e laranja. Florais em lápis de cor, fotografias de praias, coqueiros e quadrados coloridos fazem a estamparia típica de verão, com o dourado como cor chave dos metais que ornam fivelas, fios e outros detalhes discretos. As saídas de banho são finas e casuais, de algodão. O biquíni prioriza a calcinha mais larga, com laterais torcidas. Há também sobreposição de tecidos em camadas e drapeados. Nas costas, superdecotes nos maiôs, a peça que chama a atenção no verão 2012.
Tecnicas artesanais e ilustrações dos anos 20 marcam o desfile da estilista Priscilla Darolt. Formas simples, retas e alongadas são as propostas da estilista, com vestidos, macacões, pantalonas, casacos e saias, feitos de tecidos tenológicos e alfaiataria manual. Destaque para o uso de seda rústica, com tingimento de carvão ou riscas de fios torcidos de lurex. Lindos os vestidos com bordados de canutilhos, numa brincadeira de mostrar e esconder a pele. Pontos também para macacões e pantalonas com pregas e lado de tops com ar masculino. Nas cartela de cores, preto-fosco (apagadinho), cinza e amarelo.

O verão que a Cia Marítima resolveu propor tem um problema cronológico: está, pelo menos, uma temporada atrasado. Onça com tie dye? Ninguém aguenta mais ver onça pela frente nem agora, imagine daqui a seis meses. A confusão é generalizada. O mix de estampas é equivocado, e os elementos de bordados dourados só fazem pesar ainda mais. Aquela estética poderosas do convés, na Cia Marítima, não convence. Os biquínis são grandes demais para ir à praia, e sem requinte para circular nos iates. Não vão a lugar algum. Os maiôs também chegam sem identidade, como o de onça com vivo cor de rosa e repleto de tiras na barriga. Não, né? A estampa com a carinha da Barbie também parece desnecessária para uma marca do porte da Cia. Marítima. O casting, sempre impactante, desta vez também veio com bonitas do calibre da russa Valentina Zeliaeva. E Isabeli Fontana, que fechou o desfile com um maiô equívoco completo, com estampa exagerada e com detalhes de canutilho dourado.

verão 2012 da Ellus

No dia (17), a Ellus apresentou sua coleção de Verão 2012 no jardim do Auditório Ibirapuera, ao som da banda Stop Play Moon, da modelo e cantora Geanine Marques. A marca teve como inspiração o universo punk chique e com os festivais ao ar livre,a estilista Adriana Bozon se destacou pelo  jeanswear, com modelo na linha 'sujinha' e shape bem justo. A sarja também surgiu na passarela nos tons terrosos bem clarinhos e com a barra da calça dobrada, tendência que, finalmente, deve pegar na moda de rua.



Destaque para os tons crítricos nas peças (calças, saias, camisas), que combinam com o verão. Os vestidos são amplos, assim como as pantalonas, que surgiram monocromáticas e com paetês. As fivelas também marcaram presença em grande parte da coleção da Ellus, como nos boleros, vestidinhos, jaquetas (desconstruidas e com aplicações de couro e pele de cobra) e calças. A estamparia, principalmente no masculino, veio com uma mescla de xadrez e psicodélico.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Balanço SPFW - dia 3


Nesta quarta-feira (15), a Cavalera fez o despertador dos fashionistas tocar cedo, já que o desfile da marca de Alberto Hiar ocorreu na parte da manhã, a céu aberto, no Parque do Ibirapuera. Para o verão 2012, a inspiração é o México, com direito a Festa dos Mortos, Frida Kahlo, Zorro e lutadores encapuzados. Apesar dos esqueletos e caveiras em estampas (as t-shirts masculinas são lindas, inclusive para elas) e acessórios, nada de morbidez na estação quente. Na cartela, cores vivas, como vermelho, azul, amarelo, preto (e até branco, a cor da temporada). A Cavalera mantém a pegada rocker, desta vez com influência hiponga da cantora americana Janis Joplin, que embalou a trilha sonora do desfile. Calça boca-de-sino, vestidos amplos, bordados lindos, bem à moda mexicana (muito paetê, canutilho e penduricalhos), babados, barriga de fora e transparência são as apostas para a coleção feminina. Também é incrível o penteado inspirado na artista Frida Kahlo, com tranças presas e flores, bem fresquinho, com cara de camponesa. A alfaiataria desconstruída é bem urbana, street, ao estilo da marca, com casaqueto cropped, coletes despojados e paletó unissex. A estamparia das camisetas masculnas são as boas apostas para os rapazes do rock and roll (usadas com a calça skinny de barra dobrada) e pegada rústica, lavada, desbotada, como uma memória de quem já partiu. O desfile contou ainda com performance na passarela, com dançarinos vestidos de esqueleto, para complementar a atmosfera festiva, que de fúnebre não tinha nada.
Gloria Coelho sabe, como poucas, se renovar sem perder a identidade de sua marca. O destaque na coleção apresentada no shopping Iguatemi é a forma com que ela utilizou o couro, como nos looks em que o material surge intercalado com tecidos, formando camadas e babados, em cores delícia, como rosa e laranja. Também são um assombro as peças feitas de tiras de couro, formando armaduras vazadas sobre camisetas coloridas e malhas de critasl. Já as túnicas curtas, estampadas com recortes de couro formando imagens dos símbolos do zoodíaco, são o equívoco da coleção. Dispensáveis.
Mario Queiroz aventura-se pela primeira vez pelo mundo da moda feminina. O estilista, conhecido pela alfaiataria masculina impecável, pincelou peças "de homem" que funcionam muito bem no guarda-roupa das mulheres, como a bata com jeito de quimono, a gravata fina, o paletó cropped e o paletó à moda smoking, com um botão só, tipo executiva-fatal. Mas a grande sacada do estilista desta vez, tanto para rapazes e mulheres, foi o macacão que imita calça social e camisa (meio yuppie), facilitando a vida de quem não aguenta mais pensar em combinações corretas para um dia de trabalho em que o traje exigido é mais formal. Preto e branco predominam na cartela, que conta ainda com cinza. Listras discretas são a estampa da vez, mas destacam-se as apostas lisas, com duo das cores complementares. Nada de short, saia, nem bermuda. As calças clássicas são as peças do verão 2012 de Mario Queiroz. O paletó maculino volta a ter quatro botões (também tem peça com dois botões) e tecidos tecnológicos ganham espaço na jaqueta-blazer masculina (usada aberta), deixando a roupa de escritório bem futurista.
Rústico X moderno no desfile deslumbrante (um dos melhores da temporada de verão 2012 em São Paulo, até o momento) da Huis Clos. E muitas (muitas) franjas, no colete, no vestido, nas mangas de peças de alfaiataria ampla, tudo à moda fazendeira-rica-fashionista. Contas minúsculas, redondas, confundem: são botões? são alfinetes esquecidos? Nada de pânico! As roupas estão muito bem alinhavadas e a ideia é essa, trazer as roupas das manequins de costura direto para a passarela, sem muito artifício. Em contraste, tecidos plastificados, metálicos e brilhantes (a saia dourada é linda, com faixa opaca para quebrar o tom "fantasia" e as blusas prateadas feitas de náilo usam  cinza, azul e rosa claros). O comprimento predominante é abaixo do joelho, com saia reta que tem fenda discreta deslocada para a lateral e movimento leve. Lisos monocromáticos em off-white, cru, azul marinho, vermelho-cereja destacam-se, sendo a estamparia reduzida a geometria sutil, quase um desenho. A alfaiataria valoriza ancas e ombros, com calça curta e vestido amplos, com recorte nas costas, combinada à malha mescla despojada em um dos looks. Ainda assim, as franjas velho-oeste das bem-nascidas predominam, sendo longas, finas e localizadas em locais estratégicos, cheios de movimento.
A modelagem é invertida no verão capoeirista da Osklen. As roupas masculinas são mais sexy (e mais curtas, com direiro a regata transparente e recortada) que as femininas, que são amplas, comportadas (mesmo com as propostas transparentes, cropped e barriga de fora). Oskar Metsavaht, estilista da marca, veste os rapazes com regatas de alça grossa (linda a branca com bolsão rústico em preto, uma das primeiras da passarela) e bermuda encurtada, de alfaiataria clássica de linho e de tecidos tecnológicos ao estilo saco de lixo, muito sofisticado, neste caso. A calça masculina é também mais curta, sendo o look monocromático de tecido bem fininho (lembra a textura das batatas crispy, de tão delicado), em amarelo envelhecido, um dos destaques. Bolsa de lado croco, sandália franciscana (bem rústica, de tiras grossas de couro) e alpargatas de calcanhar vazado são os acessórios da coleção dos homens. No entanto, chama mesmo a atenção os maxióculos caricatos, bem chapados, parecendo máscara de Carnaval. Para elas, plataformas altíssimas de madeira, com tiras douradas na sandália com pegada oriental.
Saias longas, saída de praia transparente e micromacacão texturizado se revezam na coleção feminina, na qual predominam as formas exageradas, arredondadas, pelo menos duas vezes maior que o corpo. É lindo o macacão amplo com fendas nas pernas e a gola do vestido comprido feita de quadradinhos coloridos, como se fossem pastilhas de costurar. A estamparia digital dourada é ponto de luz em meio ao preto e branco predominante da cartela. À moda Marc Jacobs, a Osklen sugere sacola de praia (e de cidade também, por que não?) de mão, durinha e colorida, com o nome da marca estampado.
Ashton Kutcher enganou bem na Colcci, mais uma vez. Ao lado de Alessandra Ambrosio, a nova primeira-dama da marca catarinense, já que Gisele Bündchen se aposentou deste "cargo" na temporada passada, o ator americano abriu o desfile mais esperado do dia. E nem se deu o trabalho de fechar. Caminhou fazendo gestos, caras e bocas de cavalheiro até o fim da passarela e saiu de fininho, sem retornar ao backstage. Vai entender... Ah, a coleção: navy de listra fina e grossa, alfaiataria ampla (bem ampla, com calças de boca megalarga, assim como o jeans escuro). Pegada dos anos 1970, com plataformas altíssimas que fez algumas modelos bambear o passo, sem nenhum acidente mais grave. O shape skinny fica restrito à coleção masculina, com camisa de tecido que imita plástico. Na cartela, azul, vermelho, branco, preto, laranja e rosa predominam. Sem o galã da noite, Alessandra fecha o desfile de tomara-que-caia branco, curto, segurando numa boa a ausência do parceiro "fujão".